A imprensa e o Caso Eloá

Por Flavia Camargo

Em 2008, Lindemberg Alves manteve Eloá Pimentel refém por mais de cem horas. A imprensa – a princípio regional, em pouco tempo nacional – acompanhou o sequestro intensivamente, minuto a minuto. A espetacularização da notícia tornou-se inevitável. O desfecho, trágico. A estudante, aos 15 anos, foi assassinada pelo ex-namorado, 22.

A cobertura foi amplamente questionada. Lindemberg teve acesso, em tempo real, aos acontecimentos fora do cárcere privado. Foi entrevistado, mais de uma vez, por mais de um veículo. Único autor dos disparos que mataram Eloá, quando julgado em 2012, sob o ponto de vista da defesa, não estava sozinho no banco dos réus.

A advogada colocou em apreciação o papel da mídia no caso e chegou a arrolar cinco jornalistas como testemunhas. Posteriormente, prescindiu de três. Entre os dispensados, Sônia Abrão – à época apresentadora da Rede TV! –, responsável pela principal entrevista de Lindemberg exibida durante o julgamento.

No programa Observatório da Imprensa, veiculado na ocasião, o assunto foi debatido. Os interessados podem acessar “A imprensa e o Caso Eloá” e assisti-lo na íntegra. Abaixo, trecho inicial com o editorial de Alberto Dines do qual destaco para reflexão:

“A liberdade de informar tem condicionamentos de ordem moral e social que não devem ser violados, para que não se justifiquem as limitações ao acesso de informações.”

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