Coisas que não precisam de aviso no elevador
Por Merillyn Reis
Semana passada, me deparei com um aviso no elevador – esse da foto aí- e me perguntei: isso sempre esteve aí? É preciso mesmo ainda avisar que discriminação é crime?
O pior é que por mais que as pessoas “camuflem” de alguma forma esse preconceito, me decepciono ao constatar que a resposta é sim. Foi também nessa mesma semana que escutei um termo que achava nem existir mais: “pessoas de cor”. Fiquei triste da maneira como foi falado, da situação, de tudo. Então, voltando a plaquinha do elevador, que ao menos multas sejam distribuídas e mais avisos sejam colocados, já que não há consciência e o preconceito ainda rola solto.
É Mel, impressionante como essa plaquinha aí ainda é desrespeitada. Ontem escutei a seguinte frase: “De novo um artista falando que sofre racismo. Agora é o Lazaro Ramos. Isso já está chato, não é relevante. Não precisa ficar falando toda hora! Para mim quer aparecer”. Oi? Desde quando o Lázaro Ramos precisa se fazer de vitima para aparecer? O que não se vê é que esses relatos ainda só existem por que gente como essa pessoa que fez esse comentário deprimente acha o assunto chato e praticam o preconceito. (Muriel)
Talvez determinados preconceitos infelizmente nunca serão vencidos. Por isso precisarão ser abordados constantemente.
Recentemente acompanhamos o caso da filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank que foi alvo de ataque racista na web, assim como Maju, Preta Gil e tantas outras pessoas. Lamentavelmente esses casos são recorrentes mesmo sob a ameaça de multa, processos judiciais e prisão.
Mel, dei de cara com isso ontem no elevador e pensei a mesma coisa. Curioso encontrar esse texto no dia seguinte. Também achei absurdo, mas… Essa placa infelizmente se faz ainda tão necessária.
Mel, isso me fez lembrar que a primeira vez que eu vi essa plaquinha na minha vida, foi quando eu entrei na Belas Artes para fazer minha graduação em 2007… eu não entendia porque ela era necessária, e ai depois eu vi que tinha bastante homossexual na faculdade e tal e que eles estavam MESMO sofrendo preconceito DENTRO da universidade. Depois passou também, eu tenho a impressão que foi pontual.
Mas enfim, que pena chegar a ter que “avisar” que é errado.